TEXTO:G1.COM.BR
ADAPTAÇÃO :DEOCLISMAR VIEIRA
Três dessas pessoas eram da mesma família: um homem de 61 anos, que era amigo do dono da fazenda invadida; a mulher dele, de 65 anos; e o filho do casal de 22 anos. O jovem tinha uma noiva, de 24 anos, que também foi assassinada.
As outras três vítimas da chacina, o dono da fazenda, de 57 anos, o filho dele, de 28, e o vaqueiro, de 34 anos, estão sendo veladas em Frutal, no Triângulo Mineiro.
As três vítimas da mesma família foram veladas juntas em um salão no centro de Rio Verde. Os corpos chegaram à cidade por volta da 1h da madrugada desta segunda-feira. Dezenas de parentes e amigos prestaram as últimas homenagens à família. Coube ao vendedor Divino José de Oliveira o reconhecimento do casal e do filho no Instituto Médico Legal (IML) de Iporá. “Quando eles tiraram aquele pano... Só Deus para dar força para nós... só Deus... [para suportar] a tamanha crueldade que nós vimos. Um ser humano fazer aquilo”, diz, emocionado.
O corpo da jovem de 24 anos começou a ser velado às 20h da noite de domingo e foi enterrado nesta segunda-feira. A família não permitiu que fossem registradas imagens do velório da filha, que era a caçula de duas irmãs.
CasamentoOs familiares do noivo disseram à TV Anhanguera que a noiva foi encontrada seminua, mas essa informação ainda não foi confirmada pela polícia. Uma outra informação da Polícia Militar é de que os corpos do dono da fazenda, do filho dele e do vaqueiro serão enterrados em Minas Gerais.
Uma tia da jovem disse que os quatro aproveitaram o feriado prolongado para passear em
Doverlândia. “Eles iam ser padrinhos de casamento do moço dessa fazenda [do filho do dono da fazenda] e foram até lá levar um presente de casamento para eles e ela foi para conhecer esse pessoal lá”, conta a tia da vítima, Vera Lúcia da Silva.
CrueldadeO delegado do município de Iporá, Vinícius Batista da Silva, que atendeu o caso das sete mortes no plantão deste fim de semana, disse à TV Anhanguera que os marginais agiram com muita crueldade e que as vítimas foram degoladas. Segundo o delegado, ainda não há pistas dos assassinos.
Vinícius da Silva não descarta a possibilidade de que esse tenha sido um caso de latrocínio, roubo seguido de morte. “A gente já tem algumas digitais colhidas, pois pelo menos um dos homicidas utilizou um copo depois de cometer o crime, já com a mão suja de sangue. A gente colheu algumas digitais e nós vamos [de
Iporá para Doverlândia] com uma equipe maior para poder pegar mais detalhes nas redondezas da sede”, explica o delegado. Ele conta que vai ouvir pessoas que moram nas proximidades da fazenda em busca de informações que possam fazer com que a polícia a direcionar as investigações.
Sete vítimasSegundo a polícia, sete pessoas foram degoladas na noite de sábado (28) em uma fazenda a 43 km do município de Doverlândia, no sul de
Goiás, a 413 km da capital. De acordo com o sargento da Polícia Militar (PM) Divino Celso Teles, um adolescente de 14 anos estava no pasto da fazenda no momento do crime e chegou a ouvir gritos. O adolescente, que é filho do vaqueiro assassinado, teria procurado o cunhado do fazendeiro em outro ponto da propriedade para pedir ajuda.
Segundo a polícia, o fazendeiro e seu filho teriam sido degolados dentro da casa e arrastados pelos criminosos até o banheiro da residência. Com base no relato do adolescente, a polícia informou que ainda na noite de sábado quatro pessoas chegaram à propriedade para visitar o fazendeiro. Segundo a polícia, o vaqueiro acompanhou o grupo em direção à casa, mas todos teriam sido atacados nos arredores da residência. Os gritos das vítimas chamaram a atenção do adolescente no pasto.
Ainda de acordo com Teles, os corpos das outras cinco vítimas foram encontrados em uma estrada vicinal, perto da fazenda, na manhã de domingo (29).
“No momento, não é possível falar sobre as causas do crime. Pelo que foi observado, nada foi revirado. O autor parece ter ido ao quarto do fazendeiro e se aproximado de uma mala, mas aparentemente nada foi levado”, diz o sargento.
Conforme informações iniciais da polícia, o proprietário do imóvel e o filho foram os primeiros a serem assassinados. Os outros teriam sido executados como uma forma de eliminar testemunhas.
Os corpos foram levados ao Instituto Médico Legal (IML) de Iporá, a 234 km de
Goiânia, no centro do Estado. De acordo com informações iniciais, o crime será investigado pela 7ª Delegacia Regional da Polícia Civil, em Iporá.