A cirurgia no olho direito do bebê Daniel Lemes Carvalho, de 1 ano e 5 meses, que sofre com glaucoma congênito, transcorreu da melhor forma possível, segundo um dos médicos responsáveis pelo procedimento, nesta quarta-feira (1º), no Centro de Referência em Oftalmologia (Cerof), em Goiânia. A família do menino lutava há quatro meses pela operação na rede pública de saúde, pois ele corre o risco de ficar cego.“Foi tudo muito tranquilo, um sucesso”, disse o oftalmologista João Caetano Ávila Geraissate.
Na próxima semana, Daniel deve ter o olho esquerdo operado. “O indicado é nunca operar os dois olhos no mesmo dia, pois estamos sempre sujeitos a infecção hospitalar. Se tivesse operado os dois e ele pegasse infecção, iria afetar os dois. Então, conversamos com o pai e ele concordou em operar um olho de cada vez”, explicou o médico.oão Caetano disse que a córnea de Daniel estava bem comprometida, mas, com a cirurgia, a pressão intraocular já reduziu a índices normais, o que evita a lesão no nervo óptico. “Fizemos uma trabeculectomia. A córnea estava bem opaca e já ficou transparente. A pressão intraocular já caiu para o nível normal, não teve nenhum sangramento”, afirmou o médico.
O pai do bebê, Luís César Carvalho, entrou com o filho no centro cirúrgico às 8h e saiu por volta das 11h30, quando passou o efeito da anestesia geral a que Daniel foi submetido. Moradores de Rio Verde, eles vão ficar em um hotel da capital até que Daniel passe pela operação no olho esquerdo e seja liberado pelos médicos.
O oftalmologista explicou que não há nenhuma restrição, mas os pais são orientados a deixar a criança em repouso para que ela evite passar as mãos nos olhos. Apesar de não ficar internado, Daniel será avaliado pelo médico novamente nesta quinta-feira (2) e outras duas vezes em uma semana. “Vamos fazer o acompanhamento dele. A cirurgia pode não funcionar, tem crianças que já fizeram 20 procedimentos e não deu certo”, disse.Doença
Luís conta que, quando o bebê tinha cerca de 8 meses, começou a notar que o olho dele ficava vermelho e irritado. Foi então que a família procurou um médico, que diagnosticou o glaucoma congênito, doença rara que aparece em recém-nascidos e crianças, provocando uma lesão no nervo óptico.
Devido à enfermidade, o paciente apresenta lacrimejamento, dificuldade em tolerar a claridade e perda do brilho da córnea, que passa a ter uma coloração mais azulada e opaca com aumento do volume do globo ocular.
Com a visão comprometida, Daniel tem dificuldade para andar e comer. "Ele cai, machuca e não quer mais andar, tem dia que fico com ele praticamente o dia todo no braço porque ele não quer ir para o chão", conta a mãe, a dona de casa Shawanda Lemes Pereira.
Atualmente, Daniel só enxerga se o objeto for colocado bem próximo aos seus olhos. "Só a gente que é mãe, que está passando por isso, sabe como é dolorido. Às vezes ele está do meu lado, eu estou conversando com ele e ele fica chorando, falo: ‘Daniel, mamãe esta aqui’. Mas ele continua chorando porque ele não consegue me ver direito", relata a dona de casa.
Demora
Há quatro meses Daniel chegou a fazer exames pré-cirúrgicos, mas o procedimento não foi marcado. Os pais do bebê estavam desesperados, pois havia o risco de o menino ficar cego e eles não tinham como pagar a cirurgia na rede particular, que estava avaliada em R$ 10 mil.Neste período, a Secretaria de Saúde Rio Verde informava à família que o caso do menino havia sido encaminhado a Goiânia, pois na cidade não há especialista para fazer a cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Já a Secretaria de Saúde da capital alegava que não tinha recebido o pedido, até a publicação da reportagem, no último dia 24.
De acordo com o promotor Érico de Pina Cabral, do Centro de Apoio Operacional da Saúde (CAO) do Ministério Público Estadual (MP-GO), a demora na cirurgia ocorreu porque houve um "desajuste administrativo" entre as duas secretarias. "Foi um problema na pactuação entre os municípios. Ela falha será tratada e apurada para que não ocorra novamente", explicou.
Solidariedade
Após a reportagem sobre o drama da família, internautas do país e até da Europa se comoveram com o caso e se dispuseram a ajudar Daniel. Luis César se surpreendeu com a solidariedade das pessoas. “Não esperava que esse tanto de gente ajudasse. Liguei para todos, agradeço a todo mundo que se dispôs a ajudar de alguma forma”, disse o pai.
Segundo a família, alguns internautas se dispuseram a pagar o procedimento, mas, como a cirurgia foi liberada no mesmo dia, ele optou que o filho operasse em Goiânia, já que estava tudo encaminhado. Mesmo assim, ele contou com ajuda dessas pessoas para vir à capital.
Há quatro meses Daniel chegou a fazer exames pré-cirúrgicos, mas o procedimento não foi marcado. Os pais do bebê estavam desesperados, pois havia o risco de o menino ficar cego e eles não tinham como pagar a cirurgia na rede particular, que estava avaliada em R$ 10 mil.Neste período, a Secretaria de Saúde Rio Verde informava à família que o caso do menino havia sido encaminhado a Goiânia, pois na cidade não há especialista para fazer a cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Já a Secretaria de Saúde da capital alegava que não tinha recebido o pedido, até a publicação da reportagem, no último dia 24.
Após a reportagem sobre o drama da família, internautas do país e até da Europa se comoveram com o caso e se dispuseram a ajudar Daniel. Luis César se surpreendeu com a solidariedade das pessoas. “Não esperava que esse tanto de gente ajudasse. Liguei para todos, agradeço a todo mundo que se dispôs a ajudar de alguma forma”, disse o pai.
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