FONTE:O POPULAR
ADAPTAÇÃO:DEOCLISMAR VIEIRA
As aulas na rede estadual de ensino, interrompidas no dia 6 de fevereiro, não têm data prevista para retornar. Em assembleia geral realizada na manhã do dia01/03, os trabalhadores na Educação decidiram manter a greve, iniciada duas semanas após o começo do ano letivo. Eles reivindicam a manutenção do Plano de Cargos e Salários da categoria que prevê, entre outros benefícios, a gratificação por titularidade aos professores.
A assembleia geral foi realizada durante a manhã, no Jóquei Clube de Goiás. Depois do encontro, os manifestantes saíram em passeata pelas ruas do Centro. O grupo tentou entrar na sede da Assembleia Legislativa, na Alameda dos Buritis, mas foi impedido por seguranças. Depois, os grevistas dirigiram-se para o Palácio Pedro Ludovico Teixeira, na Avenida 82, com o propósito de terem audiência com o governador Marconi Perillo. Receberam a informação de que o governador não estava no local.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Estado de Goiás (Sintego), Ieda Leal, destaca que a paralisação continua pelo fato de as reivindicações feitas pelos professores não terem sido atendidas. “Nós não estamos brincando. Defendemos uma educação pública de qualidade e a valorização profissional”, sublinha. Ela enfatiza que o Plano de Cargos e Salários da categoria foi efetivado em 2001, como resultado de uma árdua luta dos trabalhadores em educação.
Esse plano, que estabelecia entre outras conquistas a gratificação por titularidade, sofreu alterações com a adequação do Estado à lei do piso salarial, que elevou para R$ 1.460,00 o valor do vencimento dos docentes da rede pública em todo o País. O Sintego reivindicava reajuste médio de 45% para todos os servidores da Educação do Estado. Com o novo plano, conforme líderes da entidade, apenas 3% dos trabalhadores tiveram este porcentual incidido em seus salários.
Ieda Leal classifica como “retaliação” o corte de pontos nos salários dos trabalhadores em Educação. Ela acentua que essa estratégia não interfere na decisão dos profissionais. “Não se acaba com um movimento grevista por meio de corte nos salários, mas pelo diálogo”, enfatiza. Hoje, conforme a líder sindical, os trabalhadores em Educação permanecem durante todo o dia na porta do Palácio Pedro Ludovico Teixeira com o intuito de conseguir a audiência com Marconi Perillo. A próxima assembléia geral está agendada para quinta-feira.
O assessor de imprensa do governador Marconi Perillo, jornalista Isanulfo Cordeiro, acentuou que o governo está aberto ao diálogo com os grevistas desde o início do movimento. Além do secretário estadual da Educação, Thiago Peixoto, os representantes da Educação estadual foram recebidos pelo secretário da Casa Civil, Wilmar Rocha, e pelo secretário de Articulações Institucionais, Daniel Goulart. Em nota, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc), por meio da Comunicação Setorial, informou que “o governo confia no bom senso dos professores e aguarda o retorno de todos às salas de aula”, tendo em vista que há decisão judicial datada de 28 de fevereiro determinando a suspensão do movimento grevista.
A Comunicação Setorial da Seduc destacou, ainda, que o corte de pontos, determinado pela Procuradoria-Geral do Estado, será mantido. Segundo a PGE, “as faltas ocorridas em razão da greve deverão ser consideradas como falta ao serviço para todos os fins.” A Seduc destaca que o governo tem se esforçado para pagar aos professores de Goiás o piso salarial e ainda somar às conquistas já alcançadas pelos professores inúmeras oportunidades de ganhos reais e ascensão na carreira do magistério. Além disso, mantém aberto o diálogo com os professores e espera que eles cumpram o que determina a Justiça e voltem ao trabalho. Por fim, a Comunicação Setorial da Seduc já expôs ao Sintego as limitações orçamentárias do Estado de Goiás.
Nenhum comentário:
Postar um comentário