Criança de 9 anos sofria violência sexual desde os 4, em Indiara, GO.
Dona de casa descobriu crimes ao ler diário da filha; suspeitos estão presos.
A mãe de uma menina de 9 anos, que teria sido abusada pelo avô materno e mais três parentes, está revoltada por não ter desconfiado dos familiares, que moram em Indiara, no sul goiano. Muito abalada, a dona de casa de 26 anos afirma que nunca imaginou que a filha fosse vítima de violência sexual, pois só descobriu ao ler o diário da criança. “Meu coração está doendo muito. Se não posso confiar nem no meu próprio pai, em quem confiar? Jamais pensei nisso”, disse entrevista ao G1.
A descoberta da dona de casa ocorreu há cerca de dois meses. Após conversar com a filha, ela denunciou o caso à Polícia Civil, que prendeu, na quinta-feira (29), os suspeitos de cometer os abusos: o avô materno, de 52 anos, o marido da avó, de 42, o padrinho da garota, de 54, e o padrinho da irmã dela, de 52, único que negou o crime. A criança relatou que sofria abusos há cinco anos.De acordo com a dona de casa, ela não desconfiava do comportamento da filha e afirma que pegou o diário apenas para saber mais sobre a menina. “Ela começou a escrever há pouco tempo. Pensei que lá pudesse ter algo que eu não sabia, e tinha. Coração de mãe não falha”, lamentou.
A mãe relatou que logo após ler o diário e saber dos abusos foi conversar com a menina para tentar que ela contasse por vontade própria. No entanto, a garota negou e só confirmou os abusos após a mulher contar o que leu. “Ela chorou muito e ainda está chorando bastante, mas temos conversado muito”, relata a dona de casa.
Abusos
O primeiro a abusar da menina, segundo a criança contou à mãe, foi o avô materno, quando ela tinha quatro anos e não entendia o que se passava. O crime aconteceu na própria casa da família: “Ele morou aqui perto de casa por dois anos. Sempre vinha na minha casa. Os abusos aconteciam aqui dentro e eu não percebi”.
O primeiro a abusar da menina, segundo a criança contou à mãe, foi o avô materno, quando ela tinha quatro anos e não entendia o que se passava. O crime aconteceu na própria casa da família: “Ele morou aqui perto de casa por dois anos. Sempre vinha na minha casa. Os abusos aconteciam aqui dentro e eu não percebi”.
A mãe da vítima queria saber o motivo que levou o pai a abusar da neta. Mas, por enquanto, ela não quer vê-lo: “A mágoa e a raiva são grandes demais". Os avós maternos da garota são separados.
Conforme a criança, depois do avô, os abusos foram cometidos pelo padrinho da garota, pelo padrinho da irmã e pelo atual marido da avó materna. Alguns deles ocorreram na mesma época. A menina relatou que, atualmente, apenas o padrinho cometia os crimes. “O padrinho e madrinha dela vinham aqui em casa sempre. Confiava neles, tanto que minha filha ia muito ficar na casa deles. Os estupros aconteciam lá, enquanto eles assistiam televisão”, contou a mãe.De acordo com a dona de casa, a filha tem medo dos familiares, principalmente, do padrinho. “Ela relatou que ele foi quem mais fez coisas com ela, que beijou ela. A gente está passando por uma situação que não é fácil, porque envolve gente da família. Fico feliz porque a justiça foi feita, mas triste por tudo que aconteceu”, disse.
Prisões
O delegado responsável pelo caso, Queops Barreto, informou que três dos quatro suspeitos detidos confessaram ter praticado os abusos. O único que negou o crime foi o padrinho da irmã da vítima.
O delegado responsável pelo caso, Queops Barreto, informou que três dos quatro suspeitos detidos confessaram ter praticado os abusos. O único que negou o crime foi o padrinho da irmã da vítima.
Apesar de um exame de corpo de delito confirmar que não houve relação sexual, todos serão indiciados pelo crime de estupro de vulnerável e podem pegar de 8 a 15 anos de prisão. "O estupro de vulnerável não se restringe somente à conjunção carnal. Qualquer ato lascivo que caracterize de forma vulgar, o abuso de vulnerável, é tipificado como abuso de vulnerável", explica Barreto. Os quatro estão detidos na cadeia de Indiara.
A garota foi avaliada por uma psicóloga que constatou um trauma causado por uma experiência sexual anormal. "Como ficou muito tempo sem que ninguém soubesse desse crime, apenas ela sofrendo calada e os autores se aproveitando, essa criança vai ter que passar por um acompanhamento psicológico e médico para poder superar eventuais traumas que tenham ocasionado em sua vida", disse o outro delegado da operação, Leandro Sperandio.
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