sábado, 20 de junho de 2015

***Passageiros enfrentam dificuldades nos aeroportos de Goiânia e interior***

FOTOS E TEXTO:G1 GOIAS
Os passageiros que precisam de transporte aéreo enfrentam dificuldades no interior de Goiás. Em alguns locais faltam móveis nas áreas de embarque e desembarque, e as empresas que operam voos regulares têm atividades ameaçadas pela falta de estrutura. Em Goiânia, as obras do novo terminal do Aeroporto Santa Genoveva estão em andamento, mas ainda não existe um prazo para finalização dos trabalhos.

Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), cerca de 90% da obra já foi concluída, faltando ainda instalar as quatro pontes de embarque, o sistema elétrico e fazer o estacionamento. No entanto, apesar da promessa da presidente Dilma Rousseff (PT) de que a reforma estará concluída em novembro deste ano, a Infraero diz que, por causa do ajuste fiscal e revisão do orçamento do governo federal, não há previsão de quando a obra será entregue.Em construção há quase nove anos, o novo terminal do Aeroporto Santa Genoveva já enfrentou embargo judicial e paralisação por falta de verba. Em 2006, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou superfaturamento nos preços praticados. Em 2007, as empreiteiras responsáveis pelo consórcio suspenderam as atividades de reforma. No ano seguinte, a Infraero rescindiu o contrato.


Após seis adiamentos e dois anos para a construção, a Infraero entregou uma nova sala de embarque no Santa Genoveva, em outubro de 2011. Chamada oficialmente de Módulo Operacional Provisório (MOP), a nova ala ganhou o apelido de "puxadinho".
Em dezembro de 2011, a Infraero, o Governo de Goiás e os representantes do consórcio responsável pela obra do novo terminal assinaram um acordo para garantir a conclusão do novo terminal.Mas em junho de 2012, uma vistoria do TCU constatou que o projeto original ficou ultrapassado e precisou ser modificado. Os trabalhos no canteiro foram retomados em setembro de 2013.
Enquanto isso, quem precisa usar o terminal que está em funcionamento atualmente reclama da pouca estrutura. “A população da capital cresceu e o aeroporto não acompanhou, é muito pequeno. Os voos são muitos ruins, sempre que você precisa um destino mais longo tem que pegar conexão, pois aqui não pousam aviões de grande porte”, disse a administradora Maria Kátia.
A opinião é compartilhada pela operadora de caixa Nildene Silva, que é de Fortaleza (CE). Segundo ela, falta comodidade para os passageiros.“Eu achei estranho, muito pequeno na comparação com os outros aeroportos. Nos demais existe mais comodidade na descida do avião até o saguão”, destacou.
Em Rio Verde, no sudoeste do estado, a única empresa que opera na cidade não tem passagens disponíveis para o mês de julho, bem nas férias escolares. O problema é que, por falta de estrutura, os voos podem ser cancelados.
“Existe a possibilidade de remarcação do bilhete para que o passageiro saia de Goiâniapara ir ao destino. Ou então existe a possibilidade de pedir reembolso, o que não é uma alternativa para a pessoa que tem uma programação de férias”, disse o agente de viagens Helder Costa.

A empresa informou que tem planos de trocar o avião com 42 assentos por outro maior, com 70 lugares. No entanto, para que a nova aeronave pouse e decole do local, a exigência é a Prefeitura de Rio Verde realize um treinamento específico no aeroporto com o Corpo de Bombeiros. A administração municipal alega, contudo, que quem deveria oferecer a especialização é o governo federal, por meio da Secretaria de Aviação Civil.
Enquanto o impasse não é resolvido, a companhia aérea deu prazo até o próximo dia 30, ou então pode suspender a operação. “A alternativa que nós encontramos foi a de contratar uma brigada civil, homologada pela Anac [Agência Nacional de Aviação Civil], que pudesse ficar no aeroporto até que o nosso efetivo passe pelo treinamento”, explicou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Rio Verde, Rubens Leão.
Em nota, a Secretaria de Aviação Civil informou que não é obrigada a dar cursos e treinamentos, mas que realiza essas ações para auxiliar os municípios. Sendo assim, as primeiras turmas devem começar a capacitação no segundo semestre deste ano.
Jataí
Já em Jataí, também no sudoeste do estado, o aeroporto não tem capacidade para receber voos comerciais e apenas aeronaves de pequeno porte podem pousar no local. Um novo terminal começou a ser construído em setembro de 2013, mas as obras estão paradas e não existe previsão de quando os trabalhos serão retomados.
“Já estamos autorizados a ser licitados, onde o banco está analisando agora todo o nosso projeto. Hoje o grande empresário quer uma região rica, mas que tenha logística. Então, se você tem linhas aéreas [comerciais], você será contemplado”, explicou o administrador do aeroporto, Aluísio Daily Martins.
Itumbiara
Em Itumbiara, no sul do estado, o aeroporto também só recebe voos particulares. O município está cadastrado no Programa de Ampliação e Reforma do governo federal, mas a reforma ainda não tem prazo para começar.
A prefeitura da cidade informou, em nota, que uma empresa de engenharia, contratada pelo governo federal, está fazendo um estudo sobre o aeroporto. Só depois da conclusão da análise serão iniciadas as licitações. No entanto, ainda não há prazos definidos.Caldas Novas
O aeroporto de Caldas Novas é um dos poucos da região que recebe voos comerciais de duas companhias. Mesmo assim, precisa aumentar a capacidade para receber os turistas que visitam a cidade das águas quentes. O terminal está entre os sete regionais do país que devem ter concessões, conforme anunciado pelo governo federal no último dia 9. O investimento será de R$ 650 mil.

De responsabilidade do município desde 1997, o aeroporto de Caldas Novas recebeu mais de 128 mil passageiros no ano passado. A concessão prevista para o local terá um prazo de 20 anos e será por meio de outorga, em que vence quem paga ao governo o maior bônus pelo direito de explorar um serviço.
Antes da concessão, a administração do aeroporto informou que uma empresa de táxi aéreo deve começar a operar no local no segundo semestre deste ano. O objetivo é oferecer mais alternativas para os passageiros.
Catalão
Em Catalão, no sudeste do estado, o aeroporto foi reformado e reinaugurado no dia 19 de junho do ano passado. A pista foi ampliada e o terminal para embarque e desembarque está novo. Porém, ainda faltam móveis para acomodação dos funcionários e passageiros, além de alguns reparos que precisam ser feitos nas luzes e alambrado do local.
A prefeitura informou que os móveis que faltam serão doados por uma empresa da cidade. Além disso, a administração diz que a Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) está providenciando, junto à Anac, a liberação para voos comerciais.

Porangatu
Já em Porangatu, no norte de Goiás, o aeroporto conta apenas com voos particulares e quem precisa do atendimento comercial precisa se deslocar até Goiânia ou até Palmas, no Tocantins, percorrendo uma distância de cerca de 400 km até conseguir voar.
A direção do aeroporto disse que a procura por voos comerciais é pequena na cidade. Por isso, não há previsão de alteração na operação do terminal.
Anápolis
Em Anápolis, a 55 km de Goiânia, o Aeroporto de Cargas já deveria estar funcionando, mas segue parado. As obras de ampliação começaram há cinco anos e a pista já está pronta. No entanto, ainda faltam a pista para taxi aéreo, a torre de controle, alguns serviços de terraplanagem e a construção de hangares.
A Agetop, responsável pelos trabalhos, informou que as obras continuam, mas que agora será necessário licitar a segunda fase para andamento das construções.

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