sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

***RIO VERDE-Polícia analisa computador na casa de suspeito de racismo contra Maju***

FONTE G1 GOIASA Polícia Civil e promotores de Justiça cumpriram na manhã desta quinta-feira (10) um mandado de busca e apreensão na casa de um adolescente de 16 anos, que mora na zona rural de Rio Verde, no sudoeste do estado, suspeito de praticar injúrias raciais contra a jornalista Maria Júlia Coutinho, a Maju, da TV Globo. Como colaborou com as investigações e permitiu que os agentes acessassem o computador, o menor não chegou a ser apreendido.
De acordo com o delegado Adelson Vandeo, que acompanhou a operação,desdobramento de uma investigação do Ministério Público Estadual de São Paulo (MP-SP), foram analisadas postagens feitas pelo adolescente no Facebook dele, que é privado, e ele negou que seja o autor de ofensas.
“Ele simplesmente disse que fazia parte de um grupo, que teria algumas pessoas que faziam trabalhos com áreas de tecnologia, supostamente hackers. Com isso, ele cedeu alguns dados pessoais dele e de familiares para que fosse formado um outro grupo, que foi o que acabou fazendo ofensas a algumas pessoas e instituições. Em seguida, esse grupo foi extinto”, explicou Vandeo.Segundo o delegado, nenhum equipamento chegou a ser recolhido na casa do menor. “O computador e os celulares dele não foram apreendidos, pois ele prontamente abriu sua página na rede social, por meio de sua senha pessoal, e isso permitiu toda a análise desse conteúdo. Não foi encontrado nada de criminoso, apenas foi identificado que o tal grupo tinha dados pessoais de parentes desse adolescente. Por isso, houve essa ligação do crime contra a jornalista ao menor”, disse.
Vandeo ressaltou, no entanto, que todas as postagens feitas pelo adolescente em julho passado, na ocasião das injúrias, foram deletadas. Além disso, ele diz que as poucas postagens que permaneciam no ar foram classificadas como “estranhas”.

“Foi constatado que esse menor participava de alguns grupos considerados radicais, seja se ateísmo, de algumas religiões, com algumas imagens incomuns sobre o Estado Islâmico. Isso chamou a atenção, pois não é normal para uma pessoa dessa idade”, destacou.
Agora as informações serão repassadas ao MP-SP, que vai decidir se vai responsabilizar o menor sobre o crime de injúria racial.


Ofensas
As ofensas contra Maria Júlia foram publicadas por internautas na página do Jornal Nacional no Facebook, onde a jornalista apresenta a previsão do tempo, em julho deste ano.  As mensagens começaram a surgir depois que uma foto dela foi postada na página na frente de um painel de meteorologia.
Na ocasião, a jornalista respondeu um comentário agressivo de um internauta no Twitter. Ela deu um reply na publicação e escreveu apenas: "Beijinho no ombro".
Logo depois os jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos publicaram um vídeo no Facebook em que dão um recado, com a equipe do Jornal Nacional. Eles mostraram um cartaz e gritaram "somos todos Maju". No Twitter, a hashtag #SomosTodosMajuCoutinho chegou ao topo dos tópicos mais comentados.
O caso passou a ser investigado pela Polícia Civil e pelo MP-SP. No último dia 6 de julho, um adolescente de 15 anos, suspeito de fazer alguns comentários contra a jornalista foi identificado e levado à delegacia para prestar esclarecimentos.
Segundo reportagem do Jornal Nacional, o autor dos ataques criminosos mora em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Ele foi ouvido pela polícia e liberado, mas vai responder por ato infracional e pode sofrer alguma medida socioeducativa.

Injúria
O crime de injúria está previsto no artigo 140 do Código Penal e consiste em ofender a dignidade ou o decoro de alguém “na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.

A pena pode chegar a três anos de reclusão. Se o promotor entender que houve racismo, os acusados podem responder pelos crimes previstos na Lei 7.716, de 1989.

Há várias penas possíveis para racismo, entre elas prisão e multa. O crime de racismo não prescreve e também não tem direito à fiança.

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