Marcos de Melo, presidente da filial rio-verdense da Paraúna – empresa que atualmente presta o serviço de transporte no município e é uma das concorrentes na licitação – explica a dificuldade do coletivo em circular dentro da cidade: “O fluxo de carros de passeio é intenso e não há nenhuma linha exclusiva para os ônibus trafegarem aqui. Em uma viagem que demoraria no máximo uma hora para completar, o motorista acaba gastando o dobro”. Como forma de otimizar a circulação dos ônibus, Marcos sugere uma linha exclusiva para eles. “Assim, rodariam com mais rapidez e agilidade. Na avenida T-7 em Goiânia, existe um corredor exclusivo para ônibus, onde outros carros não podem estacionar em nenhum dos lados da pista. Em Rio Verde, se for proibido o estacionamento nas laterais da Avenida Presidente Vargas, o coletivo poderia fluir melhor. Não adianta possuir uma grande frota e não ter onde passar”.
Na opinião de Marcos de Melo, as alterações impostas pelo poder público resultarão em melhorias ao setor. No entanto, para obter avanços, ele avalia que as grandes firmas de Rio Verde poderiam comprar vales-transporte ao invés de alugarem ônibus. “Mais de 90% delas não fazem isso, o que acaba comprometendo o sistema de transporte urbano”.
Gratuidade
Segundo Marcos, a gratuidade no sistema de transporte onera bastante a empresa de ônibus, citando como exemplo a passagem não é cobrada aos idosos acima de 65 anos, deficientes físicos e visuais, somando-se o fato de que estudantes pagam meia tarifa. “O governo oferece benefícios para alguns grupos de passageiros, mas não dá incentivo algum às empresas de ônibus. Dessa forma, a passagem vai encarecendo automaticamente. A exigência é transportar o estudante com 50% de desconto. Seria, então, justo descontar o equivalente no imposto que é pago ao governo. Acho que as autoridades responsáveis precisam analisar a questão.”
Já Ricardo Simões, gerente administrativo da Giotur, outra empresa concorrente na licitação, afirma que as medidas impostas pelo aperfeiçoamento do transporte urbano são válidas. Contudo, ele avalia que a quantidade de passageiros deve ser compensatória economicamente à prestadora de serviço, sugerindo ser importante realizar um trabalho junto às empresas de vales-transporte para que os patrões os forneçam aos empregados.
Terminal
Para que os coletivos tenham celeridade no trânsito, Ricardo crê na necessidade de se instalar um terminal no centro da cidade. “Ele seria um ponto de integração dos ônibus que partiriam para seus itinerários, ao invés de o passageiro passar bairro por bairro”. Outra opção, segundo ele, seria utilizar ainda os micro-ônibus em função da agilidade dos veículos desse porte. Ricardo pensa que a qualidade do transporte urbano em Rio Verde ganhará avanços por meio das modificações impostas pela licitação, “Se isso não acontecer, o passageiro não volta porque muitos migraram do ônibus para o moto-táxi ou compraram sua moto particular. Com veículos de qualidade, motoristas bem treinados, horários certos e menos tempo de roteiro, o usuário certamente voltará a utilizar o coletivo”, conclui.
No momento, a Justiça acatou uma ação cautelar da Giotur e suspendeu o processo licitatório do transporte coletivo por tempo indeterminado.
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