O colombiano Sebastian Arango Correa, de 33 anos, que morreu na queda de um monomotor em Rio Verde na noite de domingo, tinha antecedentes por tráfico internacional de drogas, segundo o Grupo Especializado em Repressão a Narcóticos (Genarc) da Polícia Civil da cidade. O município, a cerca de 230 quilômetros de Goiânia, é uma das principais rotas do tráfico em Goiás. Sobrevivente do acidente, o piloto da aeronave, Marcelo Rodrigues, de 35, já saiu do hospital e foi liberado pela polícia.
Delegado da Genarc, Adelson Candeo Júnior suspeita que o avião seria usado para tráfico de drogas. “É praticamente certo que o avião seria utilizado para tráfico de drogas”, afirma, ressaltando que, como não houve apreensão de entorpecentes no local, a investigação está sob a responsabilidade do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH). Adelson explica que passagem pela polícia por tráfico internacional de drogas não significa condenação. “Ele (Sebastian) pode ter sido preso ou indiciado, sem necessariamente ter sido condenado”, pondera.O coordenador do GIH, Francisco Lipari Filho, interrogou o piloto ontem na unidade de pronto-atendimento (UPA). Ele reforçou ao delegado que não tinha qualquer relação com o colombiano e que só foi contratado para fazer o voo, que saiu de Jundiaí (SP) e pousaria em Rio Verde.
No interrogatório, o piloto também disse que não conversou com o colombiano, já que ele não falava português. Marcelo também afirmou, segundo Francisco, que iria apenas deixar Sebastian emRio Verde e voltaria, em seguida, para Jundiaí, sem saber detalhes do motivo da viagem. Ele ainda teria reafirmado que demorou a chamar socorro porque ficou desacordado entre a noite de domingo e a manhã de segunda-feira.
Antes de sair da unidade de saúde, Marcelo recebeu a visita de uma irmã e da mulher dele, ontem pela manhã. Os três haviam pedido para avisar à imprensa que não iriam conceder entrevista, de acordo com o diretor da UPA, Marlos Marques Pereira. “Ele teve várias escoriações pelo corpo, mas melhorou”, afirmou o diretor da unidade. “Depois que o piloto recebeu alta, a polícia o ouviu de novo e liberou, porque viu que ele não tinha envolvimento”, emendou Marlos.
Polícia Federal
Equipes da Polícia Federal (PF) foram enviadas ontem ao município para colher informações sobre o caso. “Como se trata de um estrangeiro que morreu no País, naturalmente a gente encaminha as informações à Polícia Federal, responsável por controlar as fronteiras”, pontua o delegado Danilo Fabiano Carvalho, que acompanha as investigações sobre o acidente.
Equipes do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) fizeram ontem perícia no local do acidente, onde os destroços foram deixados. É uma área próxima ao aeroporto municipal de Rio Verde. A polícia civil investiga a responsabilidade criminal do piloto em relação à morte do colombiano. Se ficar comprovado que agiu com negligência, imprudência ou imperícia, ele poderá sera indiciado por homicídio culposo, sem intenção de matar.
A PF deve investigar se o avião, de fato, seria usado para tráfico internacional de drogas. O delegado Adelson confirma que a região de Rio Verde é uma das rotas de tráfico. Ele acentua que, só este ano, já foram aprendidos cerca de mil quilos de drogas na cidade.
Adaptações Plantão JTI
Fonte O Popular
Nenhum comentário:
Postar um comentário