A dona de casa Maria Vitória Ataídes, mãe do bebê de dois meses que foi diagnosticado com microcefalia em Rio Verde, no sudoeste de Goiás, diz que teve sintomas semelhantes ao do zika vírus aos quatro meses de gestação. Ela afirma que, durante pré-natal, também teve o alerta de que o filho tinha a cabeça pequena, mas os médicos disseram que era “algo normal”.
“Deu uma alteração no tamanho da cabeça dele, mas os médicos não me alertaram e falaram que era normal, que eu não deveria me preocupar”, afirma Maria Vitória.Apesar de saber que a cabeça do filho tem 28 centímetros, quando o normal seria 33, a mãe diz que só agora, com o alerta do Ministério da Saúde sobre a suspeita de ligação da microcefalia com o zika vírus, ela se atentou que teve todos os sintomas como dor no corpo e febre. Ela conta que chegou a pensar que era dengue, mas um exame descartou a doença.
“Eu tive dor no corpo, febre, dor de cabeça. Aí, na época, a gente fez uns exames de sangue, que descartaram as possibilidades de dengue, toxoplasmose e rubéola. Aí só agora o médico disse que realmente pode ter sido o zika vírus”, relatou.
De acordo com o Ministério da Saúde, até a última terça-feira (24), 18 estados do Brasil registraram casos confirmados do zika vírus, mas Goiás não está entre eles. Até a data, foram notificados 739 casos suspeitos de microcefalia em 160 cidades de nove estados do país. A principal hipótese para o surto continua sendo o contágio por zika vírus– identificado no Brasil pela primeira vez em abril.
O maior número de ocorrências ocorreu em Pernambuco – 487. Depois de Pernambuco, os estados com mais registros são Paraíba (96), Sergipe (54) e Rio Grande do Norte (47).
O maior número de ocorrências ocorreu em Pernambuco – 487. Depois de Pernambuco, os estados com mais registros são Paraíba (96), Sergipe (54) e Rio Grande do Norte (47).
Mesmo sem a confirmação do caso de zika vírus em Goiás, a má formação do filho de Maria Vitória passou a ser investigada para confirmar se há ligação com a doença. No último dia 25, uma equipe de técnicos da Vigilância Epidemiológica de Rio Verde esteve na casa da família para que fosse respondido um questionário. Os dados serão analisados pelo Ministério da Saúde.
Segundo o órgão, “todas as hipóteses estão sendo minuciosamente analisadas e qualquer conclusão neste momento é precipitada. As análises não foram finalizadas e, portanto, continuam em andamento”.
Maria Vitória diz estar apreensiva com o futuro do filho. “Ainda não sabemos se ele vai falar, andar. Mas o médico me disse para não me preocupar com isso agora, pois devo viver um dia de cada vez”, afirmou.Medo
Após a suspeita da doença em Rio Verde, gestantes estão assustadas com os riscos. “Enquanto estava só no Nordeste eu até que estava tranquila, mas agora isso chega até a tirar o meu sono”, disse dona de casa Silvana Maria de Jesus, que está grávida de sete meses.
A preocupação é a mesma da dona de casa Bianca Arantes, que lamenta que a disseminação da microcefalia. “Dá um aperto no coração e a suspeita de ligação com esse vírus. E ainda mais por não ter nenhuma certeza”, afirmou.
A dona de casa Laide Rodrigues de Oliveira, que tem uma filha gestante, também está apreensiva. “Não tem como a gente não se preocupar, pois é muito grave tudo isso que está acontecendo”.
O zika vírus, que pode ter relação com a anomalia, é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que é o mesmo transmissor da dengue, e não tem cura ou vacina identificada até o momento. O MS orienta que grávidas ou mulheres que pretendem engravidar tenham “cuidado redobrado” para evitar infecções virais.
A Secretaria de Saúde de Rio Verde informou que vai manter as ações de combate ao mosquito Aeges aegyti até receber novas orientações do Ministério da Saúde.
Microcefalia
A doença é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal, apresentando perímetro igual ou menor a 33 centímetros. Crianças que nascem com essa má formação podem ter complicações no desenvolvimento da fala, motora e até quadros de convulsão.
A doença é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal, apresentando perímetro igual ou menor a 33 centímetros. Crianças que nascem com essa má formação podem ter complicações no desenvolvimento da fala, motora e até quadros de convulsão.
A microcefalia pode ter causas genéticas, passadas dos pais para a criança, como também por uso de drogas, álcool ou outros produtos tóxicos durante a gestação, além de possíveis infecções que atinjam o bebê durante a gestação.
O Ministério da Saúde esclarece que “a microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma má-formação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na atual situação, a investigação da causa é que tem preocupado as autoridades de saúde”.Cuidados
O Ministério da Saúde esclarece que “a microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma má-formação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na atual situação, a investigação da causa é que tem preocupado as autoridades de saúde”.Cuidados
Os principais sintomas do zyka vírus são febre baixa e manchas pelo corpo (exantema). Caso a relação do vírus com a anomalia na gravidez seja confirmada, o ministério afirma que vai “trabalhar ainda mais na prevenção e no combate ao mosquito transmissor”.
“Como a doença é transmitida pelo Aedes aegypti, cidades que Têm um registro muito alto de dengue também apresentam um risco grande para o zika vírus. Então a gente deve redobrar as nossas atenções em relação a prevenção do mosquito”, alertou a infectologista Nívea Ferreira.
Mesmo sem casos registrados no estado, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia e a SES-GO reforçam as recomendações do MS para gestantes e mulheres que queiram engravidar.
Entre os principais cuidados, estão: manter vacinas atualizadas, não consumir bebida alcoólica ou outras drogas, não usar medicamentos sem orientação médica, evitar contato com pessoas com febre ou infecções, proteger-se de mosquitos usando mangas longas, mantendo portas e janelas fechadas e usando repelentes permitidos para gestantes (à base de Deet).
Mesmo sem casos registrados no estado, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia e a SES-GO reforçam as recomendações do MS para gestantes e mulheres que queiram engravidar.
Entre os principais cuidados, estão: manter vacinas atualizadas, não consumir bebida alcoólica ou outras drogas, não usar medicamentos sem orientação médica, evitar contato com pessoas com febre ou infecções, proteger-se de mosquitos usando mangas longas, mantendo portas e janelas fechadas e usando repelentes permitidos para gestantes (à base de Deet).
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