O ex-presidente do extinto Banco do Estado de Goiás (BEG) Aires Neto Campos Ferreira foi detido, em Rio Verde (235 km de Goiânia), nesta sexta-feira (15). Condenado a quase 10 anos por crimes financeiros cometidos quando esteve à frente do banco, ele teve a prisão decretada pela Justiça Federal.
Neto foi levado para o presídio da cidade. A pena é resultado de duas ações da Justiça, nas quais sofreu, em cada uma, condenação de mais de quatro anos de prisão em regime semiaberto e uma multa equivalente a 165 salários mínimos com valor vigente à época do delito. Ele foi presidente do BEG entre dezembro de 1993 e agosto de 1994, realizando diversos empréstimos irregulares, que somaram juntos quase R$ 2 milhões.
Na sentença do juiz federal substituto Marcelo Meireles Lobão, o ex-presidente do BEG foi enquadrado no artigo 17 da Lei do Colarinho Branco (7.492/86), que prevê como crime tomar, receber ou deferir empréstimo a gestores de instituições financeiras, seus cônjuges e parentes. Para burlar a restrição legal, Aires Neto envolveu amigos e parentes que aceitaram figurar como laranjas. O esquema visava dar uma aparência legal ao processo, em que terceiros prestavam-se como intermediários, para que o então presidente do BEG pudesse obter recursos do banco.
O processo, que correu em segredo de justiça por dez anos, também condenou outras seis pessoas por envolvimento no esquema. A mulher do ex-presidente do BEG Doralice Selaysim de Campos e o ex-prefeito de Rio Verde, Osório Leão Santa Cruz, figuram entre os condenados.
O tempo de prisão e a multa aplicada aos dois são de três anos e 50 salários mínimos da época e três anos e três meses e 70 salários mínimos, respectivamente. Por não terem antecedentes criminais e terem sido condenados a menos de quatro anos, a pena de restrição de liberdade foi substituída por restritiva de direitos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário