Um jovem de 25 anos foi detida na quinta-feira (25) suspeita de causar a morte da filha, de 8 meses, em Goianésia, a 175 km de Goiânia. A Polícia Civil pediu a prisão preventiva da mãe após laudo do Instituto Médico Legal (IML) concluir que o bebê morreu por desnutrição e desidratação. “Ela tinha o peso de um bebê de quatro meses, 5kg. Enquanto deveria pesar o dobro, 10 kg”, disse em entrevista ao G1 a delegada responsável pelo caso, Poliana Bergamo.
Moradora de Brasília, a suspeita viajou à cidade do interior goiano no sábado (20), para o velório de um primo. No dia seguinte, a mãe levou a filha ao Hospital Municipal de Goianésia, pois estava passando mal. O bebê morreu no mesmo dia.
A médica e a enfermeira que atenderam a criança acionaram a Polícia Civil, pois, além da situação de maus-tratos, suspeitavam que a menina tivesse sido abusada sexualmente. Mas, segundo a delegada, o abuso não foi confirmado: “O laudo apontou que a fissura no ânus foi decorrente de desnutrição, do ressecamento”.
De acordo com o depoimento da médica à polícia, a mãe contou ao chegar ao hospital que a filha estava há quatro dias com quadro de vômito, diarreia e febre. Mesmo assim, ainda não tinha procurado uma unidade de saúde.Ao ser interrogada, a jovem disse à delegada que estava desempregada. Sem dinheiro para pagar o aluguel, ela foi morar há 15 dias com o namorado e deixou a criança aos cuidados de uma babá. “Ela falou que todos os dias ia visitar a criança, comprava fralda e leite. Disse que não imaginava que a menina não estivesse sendo alimentada. Ela não sabe o telefone dessa mulher, não sabe o endereço, só sabe chegar lá”, disse Poliana.
No entanto, conforme os laudos e o parecer da médica, o estado de desnutrição da criança não é recente. A delegada entrou em contato com uma tia da jovem, que também mora em Brasília. A parente da mãe do bebê disse à polícia, por telefone, que a sobrinha era “negligente no cuidado com a filha”. A tia deve prestar depoimento na próxima semana.
Familiares relataram à delegada que a suspeita é usuária de drogas e de bebidas alcoólicas. A mulher negou apenas o consumo de entorpecentes.
Conforme a polícia, a jovem tem outro filho, de 4 anos. A criança está aos cuidados de uma tia. “Vamos investigar se esse menino era vítima de maus-tratos”, explicou a investigadora.
A delegada informou que a mãe deve ser autuada por homicídio qualificado por omissão a título de dolo eventual. “Porque a mãe tem o dever de agir para impedir o resultado, se ela não alimenta, se ela estava com desidratação, ao entregar o filho a um estranho ela está ciente da condição e assumiu o risco da morte do filho”, esclareceu. Se condenada, a jovem pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.
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