A Polícia Civil acredita que João Antônio Donati, de 18 anos, que foi encontrado morto em um terreno baldio com a boca cheia de papéis de picolé e sacolas plásticas, lutou com o agressor antes de ser morto, em Inhumas, a 48 km de Goiânia. A conclusão é baseado no laudo do Instituto Médico Legal (IML), enviado à corporação nesta quinta-feira (11), que aponta que o jovem tinha diversas marcas de hematoma pelo corpo. O documento aponta também que a vítima morreu asfixiada e que não havia nenhuma fratura no corpo. A principal suspeita é de que o crime tenha sido motivado por homofobia, já que o rapaz era gay declarado.“Ele tinha diversos hematomas pelo corpo, no olho, no nariz. E como não tinha nenhuma fratura, pode indicar que alguém ficou segurando o rapaz enquanto ele não conseguia respirar. Mas só as investigações podem esclarecer certinho como se deu toda essa dinâmica do crime”, disse ao G1 o delegado Humberto Teófilo, responsável pelo caso. Ele adiantou que não foi pedido nenhum outro laudo em relação ao corpo da vítima.
O caso ganhou repercussão nas redes sociais e causou revolta em internautas de várias partes do país, que já marcaram protestos em cidades como Inhumas, Belo Horizonte e São Paulo no próximo sábado (13).O delegado informou que a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República entrou em contato para pedir informações sobre o caso e cobrar atenção à investigação. Em nota, divulgada nesta tarde, o órgão também manifestou “suas mais profundas condolências à família e aos amigos de João Antônio Donati, apelando às autoridades do estado para que deem ao caso a devida atenção”.
Trabalho em bar
João Antônio trabalhava como garçom, há cerca de uma semana, em um bar de Inhumas. Vizinha do local onde o jovem trabalhava, a comerciante Maria Evangelista de Matos lamenta a morte prematura do garoto, com quem ela diz que tinha um bom relacionamento. “Um menino como outro qualquer. Normal, educado. Nunca vi nada que desabonasse a conduta dele”, disse a comerciante, em entrevista à TV Anhanguera.
João Antônio trabalhava como garçom, há cerca de uma semana, em um bar de Inhumas. Vizinha do local onde o jovem trabalhava, a comerciante Maria Evangelista de Matos lamenta a morte prematura do garoto, com quem ela diz que tinha um bom relacionamento. “Um menino como outro qualquer. Normal, educado. Nunca vi nada que desabonasse a conduta dele”, disse a comerciante, em entrevista à TV Anhanguera.
Amiga da família de João Antônio, a auxiliar de serviços gerais Lúcia Helena de Souza afirmou que a morte brutal assustou os moradores de Inhumas. "A cidade está abalada demais com essa barbaridade que fizeram com ele. Disseram que machucou ele demais", disse.Enterro
O corpo do rapaz foi enterrado às 12h desta quinta-feira, em Inhumas. O delegado Humberto Teófilo afirmou que que os papéis encontrados na boca da vítima não tinham nada escrito. “Eu não sei de onde partiu essa história de que havia ameaças escritas nos papéis, mas posso garantir que é tudo um grande boato. Não tinha nada escrito nos papéis”, disse.
A polícia ainda não começou a ouvir familiares de João em respeito ao período de luto. “Eles [parentes] estão muito abalados, pediram para não falar nada agora. Eu devo começar a ouvi-los na próxima semana”, disse Teófilo.
Mesmo com a investigação ainda em estágio inicial, o delegado também já descartou a hipótese de latrocínio, que é o roubo seguido de morte, pois o jovem foi encontrado com todos os pertences e documentos.
A família informou à polícia que o rapaz saiu de casa na manhã de terça-feira (9) e não teria voltado mais. Não foi informado para onde ele teria ido ao deixar a residência. O corpo dele foi encontrado no dia seguinte.
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