terça-feira, 15 de maio de 2012

***Dez mil infrações em apenas 30 dias***

Mesmo com sinalização indicando locais de lombadas eletrônicas, desrespeito dos motoristas é grande



Após o recebimento de aproximadamente 200 pedidos da população representada pelos presidentes de bairros, Câmara Municipal de Rio Verde e gestores de escolas, a Superintendência Municipal de Trânsito (SMT) instalações de radares e lombadas eletrônicas de fiscalização de velocidade.

Segundo Jorge Coga Pedroso, superintendente da SMT, as 10 mil infrações registradas durante os pri-meiros 30 dias de teste dos novos fotossensores, deixou a equipe do órgão preocupada. "Isso nos sur-preendeu porque instalamos sinalizações indicando que havia os radares e, mesmo assim o desrespeito foi grande", apontou Pedrosa. O superintendente declarou ainda que as instalações dos equipamentos atendiam a normas legais e que o poder público não pode ser responsabilizado sozinho pelos proble-mas de trânsito. "É necessário haver a colaboração da sociedade", acrescentou.
Pedrosa não hesitou em dizer que as fiscalizações vão se intensificar. "Em breve nos também teremos um radar móvel", afirmou. O superintendente disse reconhecer que o trânsito rio-verdense é falho, mas ressaltou que a SMT vai continuar com os projetos de fiscalização e adaptação para melhorar tanto o fluxo do tráfego de veículos quanto a segurança dos pedestres e condutores.
A ação da SMT gera dúvidas aos motoristas que acreditam que a aplicação de multas é uma maneira de o órgão arrecadar dinheiro. Quanto ao caso Pedrosa destacou que "o dinheiro gerado pelas multas não pagam nem 15% dos gastos que temos, os custos são pagos pela prefeitura", declarou. Segundo ele, a melhor maneira de fazer com que os cidadãos respeitem as leis é "mexendo no bolso deles".
Fábio Losi, inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), disse que essa concepção da "indústria de multas" não existe. "As pessoas acreditam que os agentes recebem pela quantidade de multas emitidas, mas isso não existe. O dinheiro destinado a PRF é orçamentado e repassado pelo governo", atestou. Lo-si acrescentou ainda que "quem gera a multa não é o agente e sim o condutor que não respeita as nor-mas".
De acordo com o tenente-coronel Wilmar Rubens, comandante do 2º batalhão da Polícia Militar de Rio Verde, no ano passado foram notificadas 3.356 ocorrências de acidentes. Cerca de 1,5 mil ficaram feridos e 12 pessoas morreram. Já nesse ano, até 31 de abril, a PM registrou 1,2 mil acidentes e uma ví-tima fatal. "Os motivos são principalmente imprudência, o desrespeito às sinalizações e falta de aten-ção", informou.
O comandante disse que durante operações realizadas no ano passado, em conjunto com a SMT, 750 motos foram apreendidas. "Em alguns casos identificamos também falta de carteira de habilitação", apontou. Wilmar Rubens disse que grande parte dos acidentes envolve motos. Dos 1,2 mil registrados esse ano, 510 envolviam motocicletas.
Na ação do Corpo de Bombeiros (CB), o subcomandante Major Donadon, até 10 de maio desse ano, o CB compareceu a 748 ocorrências de acidentes. "Metade do nosso efetivo é designado a socorrer aci-dentes de trânsito. Antes a nossa função era apagar incêndios, depois passamos a socorrer acidentes e agora também atuamos na realização de prevenção", explanou.




Gastos

Conforme Eduardo Pereira Ribeiro, secretário municipal de Saúde, os gastos em atendimentos a aci-dentes são exorbitantes. "Nos últimos três anos, o gasto anual de cirurgias em decorrência de acidentes de trânsito, principalmente os procedimentos cirúrgicos ortopédicos, foram de aproximadamente R$ 850 mil por ano." Segundo ele os gastos são ainda maiores. "A busca do indivíduo no local do acidente realizada pelo SAMU, o período de recuperação no hospital e ainda os gastos da Previdência geram uma dívida grande aos cofres públicos", ressaltou.

O secretario apontou ainda que 90% dos acidentes envolvem motocicletas, que segundo ele, a facilida-de de crédito e o baixo custo do veículo motivam as pessoas a comprar. "Hoje mesmo (11 de maio) um motorista da secretaria de saúde bateu em um motociclista", revelou Ribeiro.
Medidas

O inspetor da PRF disse que uma das medidas que podem ser adotadas pelo próprio condutor é a di-reção defensiva. "Usar o cinto de segurança, jamais fazer o uso de bebidas alcóolicas ou qualquer outro tipo de drogas", certificou. Losi disse que os riscos estão relacionados principalmente a falta de atenção e distração com sons e DVDs.
Segundo o inspetor, adequar os retrovisores e bancos do veículo também podem deixar o condutor menos propício a acidentes. "O motorista tem que dirigir prevendo o acidente para evitá-lo", assegu-rou. Losi acrescentou que os acidentes não ocorrem por acaso. "Acidentes são provocados por falta de atenção, imprudência ou negligência", garantiu. Losi disse ainda que os cerca de 10 bilhões gastos por ano com políticas de trânsito no Brasil poderiam ser utilizados com outras políticas públicas se os cida-dãos fossem mais conscientes e respeitassem as normas de trânsito.



















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