quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

***Vereador e mais quatro suspeitos de estupro coletivo são presos em Goiás***

FOTO E TEXTO:G1 GOIAS
Cinco suspeitos de participar do estupro coletivo contra uma adolescente de 17 anos, em Indiara, a 100 km de Goiânia, foram presos preventivamente nesta quinta-feira (4). Entre eles, está o vereador e vice-presidente da Câmara Municipal, Jean Castro (DEM) e o irmão dele, o comerciante Jean de Castro, com quem a garota teve um relacionamento amoroso e agora disse estar namorando.
 Segundo informou ao G1 o advogado deles, Danilo Vasconcelos, o delegado responsável pelo caso, Queops Barreto, alegou que "a investigação transcorreria de forma mais tranquila", caso eles estivessem detidos. O defensor dos suspeitos afirmou que ainda não teve acesso ao termo de prisão e que, por isso, não poderia dar muitas informações sobre o caso. No entanto, adiantou que irá entrar com o pedido de soltura na manhã de sexta-feira (5).
Os suspeitos estão na Cadeia Pública de Indiara. Ao G1, Queops Barreto disse que solicitou a prisão à Justiça na quarta-feira (3) e o pedido foi deferido nesta tarde. Ele explica que a detenção foi motivada por "conveniência da instrução criminal". "Eles [suspeitos] estavam tumultuando as investigações. A defesa estava induzindo as testemunhas a mentirem", afirmou.Barreto explicou ainda que a menor deu quatro depoimentos a ele afirmando que havia sido estuprada. Mas na última segunda-feira (1º), foi à delegacia e disse que queria mudar sua versão. "Questionei porque ela mudou e ela afirmou que não estava mais 'aguentando a pressão da investigação', que preferia ver os suspeitos impunes a continuar com a apuração", afirmou.
O delegado disse que explicou à menor que a ação é pública e incondicionada e que independe da vontade da vítima. Ela disse que não mudaria a versão, mas no dia seguinte, quando os suspeitos iriam depor ela resolveu mudar de opinião.
"No dia em que eles iram ser ouvidos, ela resolveu mudar a versão. Também soube que ela estava namorando o Leandro e então percebi que ela estava mentindo, sendo influenciada por ele", explica.
Namoro
Após denunciar o caso, a menor foi até a delegacia na última terça-feira (2) e prestou um novo depoimento, mudando sua versão inicial. Desta vez, ela afirmou que não foi violentada, que foi pressionada a relatar o crime e que agiu por ciúme. Ao chegar para ser ouvida, ela estava acompanhada de Leandro, um dos cinco suspeitos.
De acordo com a nova versão, não houve estupro. "A gente sempre foi amigo, sempre conversamos. Essa questão aí [denúncia] foi só ciúme meu mesmo", disse a adolescente. Ainda segundo a garota, ela foi pressionada a denunciar a existência de um abuso, mas se recusou a dizer quem a teria coagido e o motivo.A adolescente afirmou que a grande repercussão do caso fez com que ela tomasse a decisão de rever as suas declarações. Após decidir se retratar, ela alega que procurou Leandro para pedir conselhos e os dois acabaram se reaproximando e começaram a namorar. Ela conta que não foi ameaçada ou coagida a retirar as acusações.
O vereador disse, em entrevista coletiva realizada no último dia 25 de novembro, que não teve contato físico com a garota e apontou a namorada como álibi para o momento em que o crime teria ocorrido.
"Conheço ela [a vítima] há pouco tempo, de vista. Não tenho nenhum contato, não tive nada com ela, só a vi na casa [onde ocorreu a festa], a cumprimentei e pronto", afirma. Segundo ele, a falsa denúncia pode ter sido influenciada por adversários políticos dele na cidade.A namorada do parlamentar, uma estudante que não quis ser identificada, também esteve presente na entrevista. Ela garante que estava na festa durante todo o tempo ao lado do vereador e não viu nada que indicasse a participação dele e até mesmo a ocorrência do estupro. "Ele não tem nada a ver com isso. Se eu não estivesse do lado dele, eu não estaria aqui para defendê-lo", alega.
Crime
Inicialmente, a menor afirmou que foi violentada em uma festa na casa do atual namorado, que é irmão do vereador Jean de Castro, no dia 9 de novembro. Na época, a adolescente afirmou que, enquanto mantinha relação sexual com Leandro em um dos quartos da residência onde ocorria a festa, os outros quatro homens entraram e a abusaram sexualmente.“Eles me morderam, me bateu de chinelo, me deu tapa (sic)”, conta a jovem.
Ela afirmou que o vereador ficou com medo de ser flagrado pela namorada durante o ato e disse acreditar que o estupro já tinha sido planejado pelos suspeitos porque eles falavam entre si sobre “seguir um esquema” durante o evento. Na ocasião, a jovem relatou ter sofrido mudanças drásticas na rotina após ter denunciado o caso.
“Eu não estou nem saindo de casa por causa disso, nem de dia eu estou saindo. Saio daqui só acompanhada com o Conselho [Tutelar]. Eu não estou fazendo mais nada do que costumava fazer”, contou.

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