segunda-feira, 7 de setembro de 2015

***Memória: Quando a Perdigão chegou***

AGRADECIMENTOS:RIO VERDE AGORA e Jornal O Mercado.
Publicado originalmente em 6 de fevereiro de 2003

Há dois anos e meio em funcionamento no município, a Perdigão será oficialmente inaugurada no dia 6, pela manhã. Aguardadas as presenças do presidente da República, Luís Inácio da Silva, do governador Marconi Perillo e outras autoridades de governo e do meio empresarial. 

O presidente da empresa, Nildemar Secches, anuncia aumento de 100% na produção da indústria até 2007 e mais algumas dezenas de milhões de reais em investimentos que se somarão aos 410 milhões já gastos. No evento, convênios de cooperação serão assinados com o Governo do Estado, como para a eletrificação de novas propriedades de integrados e de obras de infra-estrutura e suporte. 

Participam ainda da inauguração, um grupo de 25 representantes de empresas do setor de alimentos de diversos países da Europa, clientes ativos e em potencial da Perdigão, que chegaram à cidade no dia 2. A visita tem o objetivo de estreitar o relacionamento com autoridades da União Européia, abrindo o mercado para as exportações brasileiras de carne suína. 

Inauguração só agora? 

Muitos alegam motivos políticos, eleições. Porém às margens da BR-060 foi construído o maior complexo agroindustrial da América Latina. A área correspondente a 260 campos oficiais de futebol, com 25 km de ruas internas. 

O complexo reúne dois frigoríficos, fábrica de rações, incubatório, uma unidade para industrialização de alimentos e uma fábrica de massas. Na área agropecuária estão as granjas de matrizes, centrais de inseminação artificial e mais de 900 módulos para criação de aves e suínos. Além dos 1,438 milhão de m2 onde estão instalados os 247 produtores integrados de granjas de aves e suínos. 

Tudo construído em etapas. As obras de terraplenagem se iniciaram no fim de 1997. A área industrial, em fevereiro de 1999. A unidade de abate de suínos foi a primeira a entrar em funcionamento, em junho de 2000. Dois anos após, a fábrica de massas, com a produção de tortas e folhados. E desde 1997, integrados providenciam suas granjas. Os chamados integrados são aqueles da cadeia produtiva que vendem toda a produção exclusivamente para a empresa e recebem dela ração animal e outros produtos, além de tecnologia e serviços de suporte, como os veterinários. 

Internacional

A Perdigão S/A é uma das maiores companhias de alimentos da América Latina. Em 2002, ocupou o segundo lugar no ranking de exportadores de frango e a terceira posição na exportação da carne suína. Cerca de 70 países consomem seus produtos. Ano passado, a Europa foi responsável por 30% de exportações, em produtos acabados.

Mantém estrutura de 20 centros de distribuição próprios e 10 terceirizados. No exterior funcionam cinco escritórios de vendas e serviço. Hoje, segundo dados da empresa de consultoria Nielsen, a Perdigão é responsável por 37,8% no acumulado de 2002, no mercado de pratos congelados - massas. São 400 produtos da marca, no mercado. 

Controlada por um grupo de oito fundos de pensão, liderados pela Previ, foi a primeira empresa brasileira de alimentos a lançar ações –ADRs- na Bolsa de Nova York. Em 2001, participou do primeiro grupo de empresas a aderir ao Nível I de Governança Corporativa da Bovespa.

Empregos
A Perdigão emprega mais de 24 mil pessoas nas suas unidades em Videira, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e Goiás. Em Rio Verde são 3.700 funcionários. Neste ano deve gerar mais de 1.600 novos empregos e investir cerca de 100 milhões de reais em expansão, modernização e aumento de produtividade nas unidades da empresa localizadas no Sul e em Rio Verde.

No ano de 2002, espera-se ter consolidado faturamento superior a 3,3 bilhões. Para este ano, as projeções indicam crescimento próximo a 8% nos volumes comercializados.

Aviários com energia

Um acordo firmado entre o Governo do Estado e Perdigão, no dia 31, viabilizará de imediato a instalação de rede trifásica de energia elétrica em 100 aviários de produtores integrados da empresa. 

O rio-verdense, presidente da Agência de Desenvolvimento Industrial, Aluízio Rodrigues, que viabilizou às obras, acredita que serão gastos um milhão e 300 mil reais, recursos provindos do Governo Estadual, da Celg e integrados Perdigão.

Política ou tecnologia?
Quando a Perdigão, concentrada no Sul do país, resolveu buscar novas fronteiras agrícolas para implantar novo parque agroindustrial, desencadeou-se processo de análise técnica que durou pelo menos um ano e envolveu técnicos de diversos setores da empresa. O que contraria a versão da escolha de Rio Verde por motivos de influência política, comentada por algumas pessoas. Além da disponibilidade e preço de matérias-primas básicas (milho e soja), vários outros fatores pesaram a favor de Rio Verde, tais como altitude (acima de 800 metros) e clima ameno e estável, que oferece a aves e suínos condições ideais de conforto térmico. Também foram considerados fertilidade das terras, produtividade, tecnificação agrícola, capacidade de absorção de novas tecnologias, disponibilidade de mão-de-obra com alguma qualificação ou em condições de receber treinamento, vias de transportes e situação favorável em relação aos mercados consumidores.

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