sexta-feira, 23 de maio de 2014

***GOIÂNIA-Mãe acorrenta filha à cadeira por medo de que ela use drogas***

Uma mulher acorrentou a filha, de 14 anos, pelos pés a uma cadeira, dentro de casa, em Goiânia. A mãe alega que tomou a atitude por medo de que ela use drogas ao sair para a rua. A desconfiança começou a surgir depois que a garota começou a andar com pessoas que a mulher considera "más companhias" e estaria se comportando de forma diferente. Mas uma ligação que empregada doméstica atendeu no celular filha teria sido a gota d'água para o acorrentamento.
"Eu conversei com ele no celular como se fosse ela. Era o cara chamando ela para ir fumar um", revela a mãe, que não quis ser identificada. Ela justifica a medida extrema dizendo que está preocupada com a vida da filha. "Do que eu tenho medo? De perder ela para os traficantes. De um dia ela sair e não voltar mais", lamenta.
A garota dorme junto com a mãe e além dela, mora também com o irmão, um tio e um primo. Ela cursa a 7ª série e chegou a ser elogiada pelos professores em uma reunião na escola. No entanto, no mesmo dia, ela desapareceu e ficou 24 horas longe de casa."Eu saí daqui sem avisar né. Não falei para onde eu ia. Aí eu durmi fora, ainda não pude nem ligar para ela para avisar se eu tava bem ou não. Quando fui entrando para dentro [de casa], meu irmão já segurou meu braço, aí minha mãe já veio com a correntona", recorda a adolescente.
Ajuda
Antes de acorrentar a filha, a mãe avisou o Conselho Tutelar. Ela pediu ajuda para tentar resolver o problema. "[Preciso] resolver o problema dela porque eu não posso manter ela amarrada a vida inteira. Eu preciso de uma ajuda para ver seu eu consigo tirar ela desse mundo enquanto ainda dá tempo", afirma.
Nesta sexta-feira (23), os conselheiros foram até a casa da família. De acordo com eles, a atitude, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), configura cárcere privado e até maus tratos. Porém, pelo bom senso, a mulher foi apenas advertida.
“Nós vamos encaminhar essa menina para um atendimento psicológico e para o primeiro emprego. A mãe também vai para o acompanhamento psicológico, ela também precisa. Nós queremos fazer esse laço. O que faltou nessa família é a relação de mãe, filha e amigas”, afirma o conselheiro da Região Oeste, Omar Borges.
Após uma coversa, as correntes foram retiradas. A garota disse que pretende mudar e revelou que sonha se tornar policial. Por conta disso, os conselheiros se comprometeram a tentar uma vaga para que ela possa estudar em um colégio militar. "Vou começar a respeitar ela [a mãe] e não fazer mais o que eu tô fazendo", salientou.

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